domingo, 29 de maio de 2011

Criar Laços!

A propósito do último post, partilho convosco excertos de um texto que escrevi acerca da vinculação!


Para definir o processo de vinculação será interessante atentar à designação anglo-saxónica do termo – bonding. Traduzindo bonding como “criar laços”, a vinculação assume-se como o processo através do qual os seres humanos se enlaçam uns aos outros, estabelecendo ligações mútuas. Estes laços podem ser de diferentes tipos – que estão muito apertados ou são praticamente inexistentes, que seguram ou fazem tremer, que mostram o mundo de forma confiante ou ansiosa, que existem desde que só se existe ainda no ventre materno até ao momento em que o corpo morre.
Sendo-se humano, é impossível não ter destes laços. A vinculação é, assim, um processo indissociável à existência humana e indispensável à vida. É através da vinculação que cada ser humano se sente como pessoa, na forma como se sente (ou não) amado e protegido. É a vinculação que, por nos fazer sentir a nossa individualidade, nos indica como é o mundo e o que podemos esperar dele. É a vinculação que molda o tipo e a qualidade das relações que vamos desenvolvendo ao longo da vida. Desta forma, muito do nosso existir é feito em torno destes laços, na medida em que muitas das nossas ações se direcionam no sentido de (re)criar estes laços, de a eles responder e de com eles estabelecer ligações com o mundo interior e exterior.

De que precisas, diz-me tu?...


Já o sabia da teoria! Já o tinha ouvido falar na experiência dos outros! Mas não há como aprender com o nosso próprio sentir e maravilharmo-nos com a clareza da nossa descoberta.
Sempre me questionei acerca daquilo de que os bebés realmente precisam. 
A minha área de formação foi-me dando algumas respostas mas sempre teóricas. Precisava de algo mais concreto. Esse concreto foi-me dado pela experiência, pelo olhar atento de cada dia que passa. 
Hoje quase que arriscaria em defender afincadamente a minha teoria testada com o método do quotidiano. O pequenino foi-me respondendo à questão para a qual sempre busquei respostas.
 Ele foi-me dizendo que os bebés precisam de um ninho seguro que lhes dê confiança, construido por pais que tenham tempo de qualidade para lhes dar, que não se importem de deixar coisas menos importantes para fazer só para estar com eles. 
O que os bebés precisam é de sentir que o mundo é um lugar seguro, onde as pessoas se relacionam com calma, sem gritos nem agitações e que buscam o belo...porque o mundinho é tão bonito! 
O que os bebés precisam é de tempo organizado, calmo, sem correrias, em que se obedeça aos seus ritmos e às suas necessidades. 
O que os bebés precisam é de pais sem medos, pais que ousam fazer o que manda o coração e não o que a teoria x ou o doutor y recomendam...não há melhor professor para a parentalidade do que o coração.

O que os bebés precisam é de sentir que são amados, sentindo-o na persistência feliz de quem desperta com eles a cada amanhecer e que com eles esboça sempre um sorriso.
 O que os bebés precisam é de sentir que estão entrelaçados com as vidas de quem os sonhou, porque estas vidas entoam juntas uma bela melodia em que a harmonia se constrói em cada nota dada.
E, na minha vida profissional, quando olho para a vida de outros bebés a quem falta tanto, percebo tão claramente que o mais que lhes falta é isto...é este ninho seguro, este Amor verdadeiro!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quando o amanhecer nos desperta para a vida...

...foi tão bom amanhecer hoje!
Apesar da noite mal dormida, da sombra de uma sexta-feira que tarda em trazer o fim-de-semana, de algum cansaço...amanhecer foi tão bom!
Amanhecer lavou-me por dentro e por fora!
Amanheci com o orvalho da manhã que pingava das folhas suadas das árvores.
Amanheci com a brisa fresca da manhã que se entrega ao dia renovada.
Amanheci ao ser regaço que acalenta o Amor maior.
Amanheci embalada no "da-da-da" alegre do meu pequenino.
Amanheci...e redescobri o quanto a vida é simples e o quanto a Felicidade é maior quanto mais simples for a forma de a alcançar.

...para que se perceba, hoje de manhã, antes de deixar o pequenino na creche e porque ainda tínhamos 10 minutos, fui com ele dar um passeio a um sítio bonito (uma praia Fluvial)...a repetir!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Flexibilizar mentes...

Que bom que é perder-me nestas linhas desta revolução! Enquanto leio vou-me sentindo menos sozinha e há coisas que se vão tornando mais organizadas na minha cabeça.

Com o nascimento do pequenino foi nascendo em mim uma angústia que aumentava à medida que a data de regressar ao trabalho se aproximava. As respostas sociais não me agradam. A ausência não me satisfaz, não por qualquer sentimento de posse, mas sim porque considero que é fundamental a relação precoce mãe/pai-bebé. A gestão do tempo antevia-a como um factor de stress e não como uma gestão fácil. Por tudo isto, cheguei a sonhar criar um negócio próprio. Um negócio que espelhasse também aquilo que são as minhas preocupações. Assim, sonhei abrir um espaço destinado aos bebés e aos papás, com serviços especializados e especiais, desde uma mini-mini-mini creche a workshops. Com este sonho, garantia a proximidade com o pequenino e dava asas a um projeto pessoal. Mas o sonho foi assombrado pela crise e testado pela oportunidade de um novo trabalho pelo qual também tanto tinha sonhado. Assim, eis-me aqui, peça deste mercado de trabalho!
Agora que me movo nesta quase selva, peço primeiro que haja lugar para o cumprimento das leis. Estamos num país com óptimas leis mas com pouca execução das mesmas. Mas para que tal aconteça, há que ir mais longe...é necessário flexibilizar mentes! Flexibilizar as mentes de quem "manda", donos do poder e que necessitam de sentir o controlo de quem trabalha, temendo ser flexíveis porque tal pode significar perder o comando. Flexibilizar as mentes dos colegas que olham para o relógio quando saímos à nossa hora, condenando-nos como se a hora do relógio fosse indicador da qualidade do trabalho. Flexibilizar as mentes que olham de lado para o pai que "goza os seus direitos" como se ele se estivesse a aproveitar do filho para não trabalhar. Flexibilizar as mentes da sociedade em geral, presa à quantidade e não à qualidade, desordenada e desorganizada na forma como planifica e executa os trabalhos, desaproveitando recursos e fixando-se a burocracias desnecessárias.
Confesso-me vítima destas mentes inflexíveis, dando por mim a culpabilizar-me por entrar e sair à hora e a equacionar prolongar o meu pedido de dispensa de horário para amamentação, como se fosse má trabalhadora. Tenho-me libertado destas amarras lentamente e é bom ser livre delas. Daí o meu apelo à flexibilização das mentes...
Ah! E um aspecto prático...voto a favor da existência de um verdadeiro banco de horas...isso sim a mim dava geito!
Por último, deixem-me dizer que esta flexibilização de mentes está a ganhar corpo neste movimento e é aqui e assim que se começam a desenhar as mudanças!


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mini Porto Belo

Ora aqui está uma coisa muito interessante!

O Mini Porto Belo já vai na 5ª edição e, basicamente, é um feirinha na qual as crianças se encarregam de "montar  barraca", escolhendo coisas de que se querem desfazer, criando coisas para vender ou mesmo partilhando serviços! 
O próximo é já no dia 14 de Maio
É por estas e por outras que eu, que quero sempre parar o tempo para que o pequenino não cresça, até fico ansiosa para que tal aconteça para poder embarcar com ele (e com os manos que hão-de vir) em coisas deste género.

domingo, 1 de maio de 2011

Mãe

Deixo-me imergir nesta grandiosidade.
Deixo-me abarcar nela e permitir que a metamorfose se faça...ontem, hoje e sempre.
Deixo-me descobrir e desvendar o que a identidade de Mãe me confere.
Hoje páro suavemente para perceber que todos estes dias em que tenho sido Mãe acrescentam algo mais a mim. 
Cada dia sou mais. 
Cada dia em que sou mãe transcendo-me mais um pouco. A vida é mais em mim e mais através de mim.
Sei que amanhã ser Mãe será mais uma porção de beleza, mais uma partícula de encantamento.
Não por hoje, mas por tudo e por todos os dias em que a maternidade se concretiza em nós...
...Feliz dia da Mãe para todas aquelas que têm em si este dom e este desafio...