domingo, 28 de novembro de 2010

Frases Soltas #3

"Quando ouvimos os nossos bebés com os nossos corações, 
descobrimos tudo aquilo que quisermos saber"
Vimala McClure

Para os Papás...

Hoje em dia, felizmente, ter um filho não é "tarefa" associada unicamente à maternidade...os pais também são chamados a dar corpo à sua paternidade. E fazem-no de uma forma espantosa...pelo menos falo por mim!
Poder ter um papá a sério, que não esteja preso a padrões sociais e à lei da História que dita um certo distanciamento é fantástico para os bebés, para as mamãs e para os próprios papás! Acredito que é com paternidades reais que as famílias se tornam mais Famílias, num percurso de enriquecimento único.
Talvez por reconhecer o papel dos papás a Revista "Pais & Filhos" lançou um site dedicado aos pais e que eu deixo aqui o link para que os papás se continuem a inspirar e motivar neste seu papel.


Já agora, Parabéns a todos os Papás que o são sem receios e...obrigada ao meu Papá-Marido pela pessoa magnífica que é nestes seus dois papéis (e em tantos outros...)!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Parabéns ao PROJECTO FRALDINHAS



/Ora aqui está uma iniciativa que merece ser aplaudida e defendida...na Semana Europeia da Prevenção de Resíduos (de 20 a 28 de Novembro) os bebés que nascerem em 24 dos Hospitais e Maternidades contemplados pelo projecto vão receber um kit de fraldas reutilizáveis.
Eu uso fraldas reutilizáveis com o meu pequenino e não tenho nada a apontar. A registar apenas umas fugas de vez em quando mas que também acontecem com as fraldas descartáveis (já comprovei). Acho que estas fugas acontecem porque ele é muito mijãozito e ultimamente tenho posto 2 inserts e as fugas já não acontecem.

O uso das fraldas reutilizáveis, mais do que uma questão ecológica e económica, a meu ver, é um testemunho e uma prática de que mundo queremos passar para os nossos filhos...um mundo com consumos responsáveis e práticas reflectidas!

Com base numa notícia da Quercus.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Que me dizes tu chupeta?


O uso da chupeta sempre foi para mim um dúvida...sempre estive demasiado focada nos seus contras (pode prejudicar a efectivação da amamentação e, mais tarde, a dentição). No Hospital, perguntei à Pediatra o que ela pensava e ela falou-me de estudos recentes que apontavam para os benefícios da chupeta, nomeadamente na redução da morte súbita. Aí comecei a questionar a minha "opinião feita"...

Tenho-a usado com o pequenino e confesso que a sua existência é bastante harmoniosa entre nós. Apenas a usa quando é para dormir e nem sempre, só em horas nas quais ele está mais agitadito. 
Confesso que me faz alguma confusão ver bebés com a chupeta constantemente na boca. Em inglês chupeta é "pacifier"...interessante nome que nos diz muito sobre ela...é um recurso para pacificar, um de entre muitos outros que devem ser usados, por isso me fazer tanta confusão apresentá-la quase como se fosse o único "remédio".

Para vocês ficam aqui alguns prós e contras do uso da chupeta:

PRÓS:

  • reduz o risco de morte súbida (61%);
  • produz sentimento de bem-estar, reduzindo o stress (por exemplo, quando os bebés chucham durante um procedimento médico, parecem experienciar menos 
  • oferece uma distração (o que pode ser útil até que se prepare uma determinada tarefa, p. ex., dar de mamar);
  • é mais fácil de "retirar" do que o dedos quando for altura de parar;
  • estudos apontam que bebés que chucham têm uma frequência cardíaca mais baixa;


CONTRAS:

  • pode interferir com a amamentação (deve ser dada apenas quando a amamentação estiver estabelecida, sugerindo-se que tal só seja feito 3/4 semanas após o nascimento);
  • aumenta o risco de infecções nos ouvidos;
  • pode afectar negativamente o desenvolvimento dos dentes;

Tomem decisões reflectidas mas, principalmente, ofereçam outros e muitos "pacifiers" aos bebés...e há tantos! E tão mais humanos!...colinho, falar, cantar, embalar, dar de mamar, pousar as mãos, "mostrar o mundo", brincar...até porque quando o bebé chora está a pedir-nos alguma coisa que não tem obrigatoriamente de ser a chupeta (aliás, acredito que todas as outras opções que pus acima são, para ele, muito mais agradáveis).


Fontes e outras informações:

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Slings

Existe uma corrente mundial de promoção do uso dos slings...não pelo factor "está na moda", mas pelos seus benefícios, tenho usado o sling. Confesso que, inicialmente, a adaptação não foi fácil! Acho que era mais uma manifestação dos receios de uma recém-mamã. No entanto, com o tempo, tenho-o usado cada vez mais e confesso que estou encantada, não só pelo aspecto prático, mas sobretudo pelo quanto percebo que, no sling, o meu pequenino consegue explorar muito mais o mundo e de uma forma mais segura (ao colinho).


Neste artigo são referidas algumas vantagens do "babywearing":

  • facilita a efectivação da amamentação;
  • promove a vinculação;
  • evita a depressão pós-parto;
  • é prático e confortável;
  • diminui o choro, as cólicas e o refluxo;
  • promove o saudável desenvolvimento da coluna, do sistema vestibular e da visão;
  • optimiza o desenvolvimento mental;
  • os bebés passam mais tempo no estado de alerta, o que promove o desenvolvimento e a aprendizagem;
  • ajuda os bebés a desenvolverem-se socialmente. 



No entanto, como nem tudo são rosas, há casos em que os slings (os maus slings ou usados incorrectamente) podem trazer graves danos para os bebés, por isso, aqui também pode ver quais as recomendações na escolha e no uso dos slings.


E toca a descobrir o mundo (com ou sem slings)...sempre bem juntinhas aos vossos bebés!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Manual de Instruções?...não é preciso!

Reconheço que os livros, a internet e toda a informação que se possa recolher têm sido muito importantes para uma melhor adaptação ao papel de mãe. No entanto, tenho vindo a dar-me conta de que podemos cair numa dependência destas informações, o que nos poderá desviar a atenção para o mais importante - a comunicação do bebé. Sim! Estou certa de que não existe nenhum outro especialista em como agir com os bebés do que eles próprios. Assim, informação será sempre bem-vinda desde que não seja ruído para a relação e nos faça desfocar do essencial...já existem bebés há milhões de anos e a Natureza sempre se encarregou de ensinar os pais e a comunidade a lidar com eles da melhor forma.
A este propósito li um artigo que refere que o mais importante é respeitar os ritmos do bebé, introduzindo precocemente os hábitos básicos. Tudo isto, reforço eu, criando rotinas e rituais que, no quotidiano do bebé, vão servindo de marcadores e de organizadores das suas experiências.



"Start at birth. Be patient. Trust the process. 
Listen to your child, not to the books and not the calendar."
in PhD in Parenting





sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um som que tranquiliza

Na nossa primeira ida ao Pediatra, ele fez/indicou uma coisa com o Gabriel que nos tem sido muito útil e que acho importante partilhar com vocês.
Na consulta o Gabriel começou a chorar e ele chegou-se perto dele e fez "chhhhhhhh..." (o som semelhante a quando mandamos calar alguém, mas mais prolongado). É este som que também usamos, por vezes, quando o Gabriel está a chorar...e, na maior parte das vezes, resulta e acalma-o.
Segundo o Pediatra, pensa-se que este som produz este efeito por ser semelhante ao ruído que o bebé ouvia na barriga da mamã. Em algumas pesquisas que fiz, já vi também referência a este som, assim como ao da água da torneira a correr e do exaustor, sons também ligados ao barulho do útero materno.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Neste Mundo...

Neste Mundo...


...em que a desorganização impera, basta-me olhar para o rosto sorridente do meu filho e logo me encontro, organizando os dias e os rumos.

...em que o frio quer começar a entrar, agasalho-me com o calor do afecto que reina cá em casa.

...em que o individualismo se quer afirmar como "Rei e Senhor", teimo em continuar a acreditar e a lutar pelo valor da Família. Estou certa de que é ela e por ela que a humanidade se poderá humanizar verdadeiramente.

...em que a crise político-económica impera, recuso-me a adoptar o discurso pessimista e de caos, desacreditando neste sistema capitalista que nos conduz sem norte.

...que não sabe para onde ir e o que fazer, mantenho os meus ideais e quero acreditar que é possível ir mais além com eles...muito mais além do "aqui" para onde eles já me trouxeram.

...em que tudo se gasta e desgasta a um ritmo frenético, vou tentando consumir devagar as pequenas coisas e descobrir na simplicidade de cada momento a grandeza do existir.

...em que nasceste, quero pintá-lo de todas as cores e, mesmo nas mais escuras, sonho em ensinar-te a paixão pela vida e uma forma de caminhar que te conduza à Felicidade.

Frases Soltas #2

"Every baby needs to be smiled at, talked to, played with, fondled—gently and lovingly—just as much as she needs vitamins and calories. That's what will make her a person who loves people and enjoys life."


Benjamin Spock (Baby and Child Care, 1998)

sábado, 6 de novembro de 2010

Em busca do dicionário do choro...

Desde que o Gabriel nasceu muito me tenho questionado e pesquisado acerca do choro!
Sim…é pelo choro que ele comunica, que nos transmite (ou tenta transmitir) as suas necessidades, é também pelo choro que ele descarrega o seu stress…e é o choro que tenho tentado escutar para, a pouco e pouco, descobrir nas suas diferentes tonalidades e ritmos, o que ele quer dizer. Hoje, sinto que vou compreendendo esta sua linguagem e que lhe vou sabendo responder, ao ponto dos episódios de choro serem já pouco frequentes e curtos (é certo que também nunca foram muito longos, felizmente!).
Mas mais do que as suas significações, tenho-me questionado sobre as formas mais correctas de responder ao choro. Nisto as teorias dividem-se e há quem defenda que se deve deixar o bebé chorar para ele se aprender a acalmar sozinho (percebendo que não há resposta), enquanto que estudos mais recentes indicam que se se responder ao choro (com a nossa presença), tal se traduzirá em crianças, a médio prazo, mais calmas e menos choronas.
Hoje sei que a minha primeira abordagem ao choro foi muito marcada pela nossa primeira ida ao Pediatra que indicou que se deve deixar o bebé ficar sozinho para adormecer e, se ele chorar, deixá-lo chorar. Nos primeiros tempos fomos fazendo isso, enquanto o nosso coração se atormentava ao ouvi-lo chorar. Depois, passamos a deixar chorar um pouco (nunca mais de 5 minutos) e só depois é que íamos…
O que aprendi nesta forma de comunicar com o Gabriel através do choro foi que o choro é, de facto, uma linguagem e que, portanto, lhe devemos responder. Estou certa de que não responder ao choro é também uma forma de resposta e de comunicação, mas hoje não o concebo fazer…Respondo ao choro, sim! Não com o fantasma de “Vais habituá-lo mal!”…mas sim com a certeza de que “Estou a responder-lhe bem” (penso eu!). Penso é que na forma como se responde deve haver equilíbrio. Assim, primeiro espero alguns instantes para ver se ele se acalma (muitas vezes isso acontece), depois vou e aí uso diferentes “linguagens” – falar, cantar, tocar, embalar, colinho…- mas confesso que, de todas, as que mais gosto e a que ele mais gosta (atendendo aos seus efeitos) é o tocar. Pelo toque, calmo e sereno no seu peito e no seu rosto, tento transmitir pele-a-pele que não há necessidade para medos porque ele não está só e de que o Amor e tudo o resto estão garantidos! Tenho-me dado conta de que esta troca de linguagens tem funcionado e que não responder não é, de todo, a melhor resposta…Se, durante 9 meses, sempre houve comunicação, porquê pará-la e, ainda por cima, neste meio que ainda é novo para ele.
Afinal, o choro não é um “bicho papão”…é por ele que também nos vamos ligando e é através dele que o bebé se vai conectando com o mundo.
Ah…e também acho que às vezes é preciso chorar, porque pelo chorar também descarregamos tensões (tanto nós como os bebés).