Desde que o Gabriel nasceu muito me tenho questionado e pesquisado acerca do choro!
Sim…é pelo choro que ele comunica, que nos transmite (ou tenta transmitir) as suas necessidades, é também pelo choro que ele descarrega o seu stress…e é o choro que tenho tentado escutar para, a pouco e pouco, descobrir nas suas diferentes tonalidades e ritmos, o que ele quer dizer. Hoje, sinto que vou compreendendo esta sua linguagem e que lhe vou sabendo responder, ao ponto dos episódios de choro serem já pouco frequentes e curtos (é certo que também nunca foram muito longos, felizmente!).
Mas mais do que as suas significações, tenho-me questionado sobre as formas mais correctas de responder ao choro. Nisto as teorias dividem-se e há quem defenda que se deve deixar o bebé chorar para ele se aprender a acalmar sozinho (percebendo que não há resposta), enquanto que estudos mais recentes indicam que se se responder ao choro (com a nossa presença), tal se traduzirá em crianças, a médio prazo, mais calmas e menos choronas.
Hoje sei que a minha primeira abordagem ao choro foi muito marcada pela nossa primeira ida ao Pediatra que indicou que se deve deixar o bebé ficar sozinho para adormecer e, se ele chorar, deixá-lo chorar. Nos primeiros tempos fomos fazendo isso, enquanto o nosso coração se atormentava ao ouvi-lo chorar. Depois, passamos a deixar chorar um pouco (nunca mais de 5 minutos) e só depois é que íamos…
O que aprendi nesta forma de comunicar com o Gabriel através do choro foi que o choro é, de facto, uma linguagem e que, portanto, lhe devemos responder. Estou certa de que não responder ao choro é também uma forma de resposta e de comunicação, mas hoje não o concebo fazer…Respondo ao choro, sim! Não com o fantasma de “Vais habituá-lo mal!”…mas sim com a certeza de que “Estou a responder-lhe bem” (penso eu!). Penso é que na forma como se responde deve haver equilíbrio. Assim, primeiro espero alguns instantes para ver se ele se acalma (muitas vezes isso acontece), depois vou e aí uso diferentes “linguagens” – falar, cantar, tocar, embalar, colinho…- mas confesso que, de todas, as que mais gosto e a que ele mais gosta (atendendo aos seus efeitos) é o tocar. Pelo toque, calmo e sereno no seu peito e no seu rosto, tento transmitir pele-a-pele que não há necessidade para medos porque ele não está só e de que o Amor e tudo o resto estão garantidos! Tenho-me dado conta de que esta troca de linguagens tem funcionado e que não responder não é, de todo, a melhor resposta…Se, durante 9 meses, sempre houve comunicação, porquê pará-la e, ainda por cima, neste meio que ainda é novo para ele.
Afinal, o choro não é um “bicho papão”…é por ele que também nos vamos ligando e é através dele que o bebé se vai conectando com o mundo.
Ah…e também acho que às vezes é preciso chorar, porque pelo chorar também descarregamos tensões (tanto nós como os bebés).