quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As últimas acerca da Amamentação...

Na sexta-feira passada saiu uma notícia no Público com o título "Cientistas contrariam recomendações de leite materno", com base num estudo publicado no British Medical Journal. Com base no estudo, a notícia referia, basicamente, que afinal a OMS está errada ao recomendar a amamentação exclusiva até aos 6 meses. Passei-me! E de que maneira. Não é que perceba muito do assunto, mas sei que as recomendações da OMS se baseiam numa revisão extensa da bibliografia, com base em estudos feitos em todo o mundo. Como é que o Público (jornal que até aprecio) vem pôr em causa este trabalho científico com base num único estudo?!!? Pois claro que me passei, não seria de esperar outra coisa.
E, pelos vistos, não fui só eu que me passei. A Sociedade Portuguesa de Pediatria já emitiu um comunicado a esclarecer o povo acerca do que realmente deve ser deduzido desse estudo. Alertam para o facto da notícia ter interpretado erradamente alguns dados do estudo e esclarecem aspectos interessantes acerca da amamentação.
OMS também veio relembrar porque é que recomenda o aleitamento materno exclusivo...não é porque se lembrou ou porque pegou num único estudo!
Deixo para o fim o melhor...este artigo e este levantam um bocadinho o véu e fazem-nos pensar no porquê desta notícia! Então não é que 3 dos 4 autores do referido artigo científico recebem fundos da indústria de leite artificial? Ah...isso então já é outra coisa!!! Até acho que já percebo a notícia. Mamãs...porquê dar leitinho materno se, afinal, existem produtos tão apetitosos e variados fabricados por estas queridas indústrias que tanto gostam dos nossos bebés? 
Pois é! E é assim, com notícias destas que aquilo que é natural e saudável se destrói com base em interesses e em opiniões isoladas.

(a propósito, proponho que vejam estas imagens acerca de um projecto interessante sobre amamentação) 

2 comentários:

  1. Cheguei ao seu blog, e a este post em concreto, por mero acaso. Dizer que a amamentação materna é sempre melhor que os substitutos artificiais é como dizer que todas as loiras são burras e todos os gordos são simpático e divertidos. Se a sua experiência de amamentação correu bem, parabéns. Mas devia saber que há muitas mulheres que, por vários motivos, não podem amamentar o seu bebé e não o podem deixar morrer à fome. Há mulheres que não têm leite, outras cujo leite não é alimento suficiente para o bebé crescer e se desenvolver de forma saudável, e também há bebés que pura e simplesmente rejeitam o peito e o leite materno. Devemos deixar esses bebés sucumbir à desnutrição porque parece mal não dar o peito e dar leite artificial? As mães que têm sorte de conseguir amamentar o seu bebé não imaginam o sofrimento das mães que não o conseguem fazer, NENHUMA mulher prefere leite artificial, TODAS preferiam dar o peito aos filhos, simplesmente algumas não podem. Quero dizer que essa mulheres não são menos mães por não poderem amamentar e que os filhos não vão ser piores serem humanos ou sentir-se menos amados por isso. Quantos bebés são amamentados pela mãe e depois não têm amor nem saúde? E Quantos outros puderam crescer saudáveis e com o amor da mãe alimentados a biberon? Recomendar a amamentação materna é uma coisa, ostracizar e maldizer as mulheres que não o podem fazer é crueldade desumana. Seria como dizer que as mulheres que amamentam são forretas e preferem não gastar dinheiro com os filhos, porque os leites artificiais são caríssimos e muito menos práticos de dar ao bebé. Por favor, parem de ferir os sentimentos das mães com quem a natureza não foi tão generosa. Obrigado. (Um pai)

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  2. Olá Adriano! Concordo totalmente com o seu comentário! A amamentação é o mais natural mas nem sempre (por 1001 razões) é possível. E NUNCA foi minha opinião que quem não amamenta é pior mãe. Apenas defendo que às mães deve ser dada toda a informação e apoio para que lhes seja possível, caso assim desejem, amamentar.
    Quem não o consegue/pode fazer, felizmente, tem em aberto tantos e tantos caminhos para descobrir a maternidade e fazê-lo de uma forma única e não menos rica do que quem amamenta.
    O importante é o vínculo e esse não é uma mama ou um biberão que o traz...
    Obrigada!

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