quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cabeça de Mãe...e de Pai!

Confesso que, desde o parto, a minha cabecita não é a mesma. Até brinco com o assunto e digo que não posso puxar muito pelo meu neurónio! Sinto verdadeiras diferenças na forma como penso e na minha capacidade mnésica. "Culpo" as hormonas e a mudança de prioridades deste evento que às vezes me faz sentir lenta e meia deslocada do mundo! 
Mas afinal, mamãs, o nosso cérebro muda e muda mesmo! E em áreas espantosas. Depois de ler este artigo fiquei mais tranquila!
Foi publicado um estudo no Behavioral Neuroscience que indica que se verifica uma alteração significativa nos cérebros das mamãs a seguir ao nascimento dos seus bebés. 
O "instinto maternal" parece não ser uma coisa que já nasce connosco. Pelo contrário...é a experiência da maternidade que desencadeia um desenvolvimento significativo em áreas como a razão, o julgamento, a emoção e a integração sensorial.
O acto de olhar para o nosso bebé desencadeia em nós altos níveis de alerta nos circuitos empáticos. A resposta aos sons e sinais dos nossos bebés acciona os orgãos do Sistema Nervosos associados à emoção (cortex pré-frontal, hipotálamo e sistema límbico).
Interessante é também o facto de, quanto mais qAímicos são gerados nesta resposta de vinculação, mais nós queremos, o que nos torna mais disponíveis para interagir com os nossos filhos.
Não pensem que é só em nós que se verifica este tipo de alterações...os papás também têm as suas! Aqui já tinha falado de algumas, mas este artigo fala de mais aspectos. Nos papás há um aumento de sinapses em regiões envolvidas na vinculação e no cuidar e, por outro lado, há uma diminuição nos níveis de cortisol e testosterona, o que os torna menos prontos para lutar e mais disponíveis para cuidar.

Mais do que o poder ou a determinação biológica que este estudo indica, vejo nele a confirmação de que, de facto, a maternidade/paternidade é uma experiência de tal forma intensa que é capaz de produzir alterações significativas em nós a todos os níveis.
A vinculação mais do que medir-se em sistemas neuronais activados, mede-se nesta maravilhosa sensação que brota cá dentro sempre que olhamos para os nossos pequeninos! 


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